Discurso do Presidente Americano é agressivo, mas faz ONU cair no riso
Podcast #2 - Internationalizando
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(imagem: Google Imagens)
Ouça este podcast em https://www.youtube.com/watch?v=XVJafj7oDyE
(Por Rodrigo S. F. Gomes)
A tensão e a troca de ameaças envolvendo Estados Unidos e outros países, que têm se mostrado cada vez mais frequente nos últimos meses, também esteve presente à 73ª sessão da Assembleia Geral da ONU, neste ano de 2018.
Coreia do Norte
Enquanto no ano anterior o presidente americano Donald Trump proferia ofensas ao regime da Coreia do Norte, mediante expressões como “bando de criminosos”, se referindo ao seu líder como “homem foguete” e, ainda, ameaçando “destruir totalmente” a Coreia do Norte, se fosse necessário para defender os Estados Unidos e seus aliados, o discurso em relação àquele País mudou na sessão deste ano.
Vangloriando-se pelo encontro – que ocorreu em junho de 2018, na Singapura – com o líder norte coreano, agora designado por Trump como “presidente Kim Jong Un”, o líder americano atenuou o tom direcionado à DPRK, além prestar elogios à esta pelos diálogos que vêm mantendo com o Sul, na Península da Coreia.
Críticas ao Irã
Em outra via, o discurso repressivo deste ano do Presidente Americano foi dedicado ao Irã. Após lembrar que “a tragédia em curso na Síria é de apertar o coração”, Trump ligou a crise humanitária síria ao que chamou de “ditadura corrupta no Irã”.
De fato, a crise nuclear com o Irã se agravou com a notícia da denúncia dos Estados Unidos do Acordo Nuclear – definido por Trump como “a pior e mais unilateral transação” na qual seu país já entrou –, o que deteriorou significativamente o diálogo entre Washington e Teerã.
Ainda em seu discurso, o chefe de Estado convocou os países a “cortar substancialmente” a importação de óleo iraniano em seus países, bem como destacou que novas sanções econômicas ao Irã estão por vir.
Em resposta ao discurso de Trump, o presidente do Irã criticou a atitude do atual governo americano de “abandonar” o Acordo Nuclear e ressaltou que as “Nações Unidas não são parte da administração dos Estados Unidos”.
Tribunal Penal Internacional
No pronunciamento dos Estados Unidos também foram destinadas críticas à legitimidade do Tribunal Penal Internacional (TPI), Instituição para qual os Estados Unidos não vão dar apoio, sob o argumento de que este Tribunal “não tem jurisdição, legitimidade e autoridade”.
Curiosamente, tal declaração do governo americano sobre o Tribunal Penal Internacional vem sendo enfatizada após a procuradora do TPI anunciar que pediria aos magistrados autorização para dar início a investigações sobre crimes de guerra, supostamente praticados por americanos, quando da Guerra no Afeganistão.
Ainda nesse diapasão, o conselheiro de segurança dos Estados Unidos, John Bolton, ameaçou “retaliar” juízes e procuradores, caso tal investigação fosse levada à diante, além de “aplicar sanções contra seus bens no sistema financeiro americano”.
Por fim, at last but not at least, não poderia deixar de ser mencionado que o tom de seriedade na sessão da Assembleia Geral foi interrompido quando o Donald Trump declarou que, em menos de dois anos, a sua administração teve mais êxitos do que qualquer outra administração na história seu país – momento em que embaixadores e líderes mundiais não pouparam risos e aplausos, possivelmente debochados, ao Presidente Americano.
Fontes
https://exame.abril.com.br/mundo/eua-ameaca-juizes-do-tribunal-penal-internacional/
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