Falha no Foguete Russo que Seguia à Estação Espacial Internacional – Podcast #3 – Internationalizando
(imagem - Google Images)
Ouça este podcast em https://youtu.be/iVjC2OPh2Wc
(Por Rodrigo S. F. Gomes)
Na última quinta-feira (11 out 2018), o foguete russo, que levava um astronauta americano e um cosmonauta russo à Estação Espacial Internacional (ISS), sofreu um mal funcionamento, o que levou a tripulação a realizar um pouso forçado.
A nave, que costumeiramente tem levado cosmonautas russos e astronautas americanos e europeus à ISS, possui três assentos, onde estavam Nick Hague e Alexey Ovchinin, juntamente à carga que levavam à Estação.
O lançamento ocorreu a partir do histórico cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão – espaço que tem sido utilizado desde o início da exploração espacial por parte da União Soviética, e de onde foram lançados o pioneiro Sputnik e os cosmonautas Yuri Gagarin e Valentina Tereshkova – primeiro homem e mulher no espaço cósmico.
No que se refere ao motivo da falha, suspeita-se que ela tenha se dado no booster do foguete, o que deverá ser apurado na comissão de inquérito instaurada pela Agência Espacial Federal Russa – ROSCOSMOS. Assim, por ora, os voos programados foram suspensos e ainda não há data certa para uma nova missão à ISS.
A tripulação, que foi resgatada ainda no Cazaquistão, ficou ilesa – o que tranquilizou, de alguma forma, suas famílias e a sociedade internacional, especialmente quando recorda-se de acidentes com os ônibus espaciais Columbia (1 fev 2003) e Challenger (28 jan 1986), nos quais todos os seus tripulantes morreram enquanto estavam nos veículos, por falhas técnicas.
A falha no foguete faz levantar a relevante discussão sobre a dependência de apenas um meio (atualmente detido pela Rússia) para levar astronautas à Estação Espacial Internacional. Nesse contexto, a China, que tem desenvolvido na última década um invejável programa espacial, utilizando-se de duas estações espaciais (Tiangong 1 e 2) pareceu ser uma alternativa para transportar astronautas, no entanto, suas espaçonaves não possuem os mecanismos de acoplagem específicos para a ISS.
Em outra via, o incidente poderia ser uma oportunidade às empresas privadas do setor espacial, como a SpaceX, a qual já lançou seu foguete Falcon 9 com cargas à Estação Espacial valendo-se da espaçonave Dragon – que também poderia transportar tripulação.
Tratando especificamente sobre o futuro da Estação Espacial Internacional, a qual simboliza perfeitamente a cooperação internacional entre os Estados, e que está funcionando permanentemente há quase duas décadas em órbita terrestre baixa, o governo americano recentemente tem demonstrado interesse em desenvolver o projeto de privatização das expedições à Estação.
De fato, a manutenção (e normalização) das atividades na Estação Espacial Internacional, especialmente por parte das instituições governamentais, foi e ainda é de grande valia à exploração científica do espaço cósmico, o que tem possibilitado à humanidade melhor compreensão sobre os efeitos e desafios na presença humana contínua no espaço ultra-atmosférico.
Fontes
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/11/ciencia/1539249640_846653.html
https://br.sputniknews.com/russia/2018101112415906-lancamento-soyuz-acidente-portador-eei-video/
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